terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Casa Folha


Este projeto buscou inspiração em arquiteturas brasileiras indígenas, fruto de climas quentes e úmidos como o local da casa, Angra dos Reis, Rio de Janeiro. A cobertura funciona como uma grande folha que protege do sol todos os cômodos da casa, assim como os espaços livres entre eles. Esses espaços livres representam a essência do projeto, e como não poderia deixar de ser, são os espaços mais interessantes e mais utilizados pelas pessoas que frequentam a casa.



Tem um pé direito muito alto e permite que o vento dominante do sudeste venha frontalmente do mar e passe através da casa, provendo a todas as áreas da casa, abertas ou fechadas ventilação e resfriamento passivo. Ecoeficiência low-tech, onde ela tem o maior poder de ação num prédio, o conceito do projeto arquitetônico.
Há muita transparência e integração entre dentro e fora, quase uma fusão entre eles. Neste aspecto é interessante realçar a passagem do paisagismo pelo térreo da casa, tanto pelo uso de vegetação quanto pela piscina que ao atravessar a casa se transforma em espelho d´água na varanda posterior.



Toda a estrutura da cobertura foi feita em madeira laminada de eucalipto, que devido ao seu processo de fabricação consegue ao mesmo tempo vencer grandes vãos (25 metrosé o maior da casa) com facilidade e refinamento estético. O telhado, devido á sua geometria complexa é feita em pequenas peças de madeira (pinús).
O eucalipto, assim como o Pinus são espécies plantadas para reflorestamento e usadas como matéria-prima consideradas renováveis, pela velocidade que atingem o momento ideal de serem colhidas. As aguas convergem para um pilar metálico (aço corten) central , e são recolhidas para posterior reaproveitamento. Todas as superfícies de acabamento da casa, exceção feita ao vidro e ao cobre patinado, são naturais: Ardósia ferrugem em tiras, madeira natural, madeira de cruzeta de poste no piso do térreo, e tramas de bambu.
O uso destes materiais naturais, do vidro e do cobre patinado, que adquire um tom esverdeado e tem vida útil muito longa, e a estética orgânica rica em detalhes como diferentes ritmos e texturas, provocou um fato interessante: A sensação de que a casa, nova em folha, parecer estar ali desde sempre, em grande harmonia com a natureza exuberante de Angra. A sensação de pertencer ao lugar.

Fonte: Archdaily.com

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